Carlos Matias Ramos exige estudos comparativos sobre as alternativas, sem quaisquer restrições.
O bastonário da Ordem dos Engenheiros (OE), Carlos Matias Ramos, discorda da forma como o Governo avançou para o projecto de investimento previsto para o terminal de contentores da Trafaria e tem muitas dúvidas de que aquela seja a melhor localização, a melhor forma de proporcionar valor acrescentado à economia da capital e que a infra-estrutura pretendida não venha gerar impactos negativos nos portos de Setúbal e de Sines.
"Sobre o projecto do Governo para o terminal de contentores da Trafaria, penso que o mais importante são as dúvidas que ressaltam. A questão principal é saber o que é que se pretende para o porto de Lisboa. É preciso saber se o ‘transhipment' [tráfego intercontinental de contentores] é o mais adequado para o desenvolvimento do porto, da cidade de Lisboa e da economia nacional", defende Carlos Matias Ramos, ao Diário Económico.
O bastonário da OE junta-se, assim, às várias críticas públicas ao projecto do Executivo, que têm subido de tom nas últimas semanas. "Deve ser a cidade a condicionar o porto e não o porto a condicionar a cidade, como tem acontecido no passado. Essa é que deve ser a lógica. Devemos tentar perceber qual é a vocação do porto de Lisboa, não só para Lisboa, mas também para a margem Sul, e penso que, nesse aspecto, o terminal de cruzeiros possa trazer mais valor acrescentado que um terminal de ‘transhipment'", acrescenta Carlos Matias Ramos.
O mesmo responsável prossegue nas duras críticas e verbaliza sérias dúvidas sobre o projecto. "Acreditemos que o terminal de ‘transhipment' é a melhor solução para o porto de Lisboa. Coloca-se outra questão: a melhor posição para um terminal deste tipo será a Trafaria ou a Cova do Vapor?", questiona.
Carlos Matias Ramos relembra que até ao início da década de 40 do século passado existia um cordão dunar ininterrupto entre a Costa da Caparica e o Bugio (Golada), que limitava os efeitos nefastos das correntes marítimas Sul/Norte e poderia ter impedido o desassoreamento das praias da região. E calcula que a solução de depositar areia junto às praias da Caparica, a que se opôs desde o início, já custou aos cofres públicos cerca de 36 milhões de euros, sem qualquer resultado prático.
"É necessário arranjar soluções que desviem a velocidade das correntes Sul/Norte na Costa da Caparica, que têm grandes implicações no período de enchentes. Quando o projecto do terminal de contentores da Trafaria foi anunciado pelo Governo, foi imposto que se excluísse qualquer intervenção no Bugio e no fecho da Golada", defende o bastonário.
Para Carlos Matias Ramos, "para um projecto deste tipo, deve ter-se uma visão fisiográfica de toda a zona. Não se devem impor à partida restrições a visões integradas e dizer que não se pode fazer o fecho da Golada. Estude-se, analise-se e veja-se quais são os efeitos".
O bastonário da OE coloca ainda outras dúvidas sobre este projecto, ao nível da solução dos acessos ferroviários e do sobrecusto pelo facto de 80% das mercadorias chegadas ao porto de Lisboa se situarem na margem Norte, quando o terminal da Trafaria vai levar os contentores mais para Sul, não se sabendo de que forma poderão regressar à capital.
"O Governo diz que o terminal será um investimento totalmente privado, mas isso custa-me a crer. Quem faz investimentos deste tipo, tem de estar agarrado a operadores ou então já há um operador que garante esse investimento. Se o valor, entre cerca de 600 e 800 milhões de euros, já foi anunciado com tanta minúcia, parece que já está consolidado um operador e parece que já existe uma avaliação que permite sustentar esse valor", conclui Carlos Matias Ramos.
"Sobre o projecto do Governo para o terminal de contentores da Trafaria, penso que o mais importante são as dúvidas que ressaltam. A questão principal é saber o que é que se pretende para o porto de Lisboa. É preciso saber se o ‘transhipment' [tráfego intercontinental de contentores] é o mais adequado para o desenvolvimento do porto, da cidade de Lisboa e da economia nacional", defende Carlos Matias Ramos, ao Diário Económico.
O bastonário da OE junta-se, assim, às várias críticas públicas ao projecto do Executivo, que têm subido de tom nas últimas semanas. "Deve ser a cidade a condicionar o porto e não o porto a condicionar a cidade, como tem acontecido no passado. Essa é que deve ser a lógica. Devemos tentar perceber qual é a vocação do porto de Lisboa, não só para Lisboa, mas também para a margem Sul, e penso que, nesse aspecto, o terminal de cruzeiros possa trazer mais valor acrescentado que um terminal de ‘transhipment'", acrescenta Carlos Matias Ramos.
O mesmo responsável prossegue nas duras críticas e verbaliza sérias dúvidas sobre o projecto. "Acreditemos que o terminal de ‘transhipment' é a melhor solução para o porto de Lisboa. Coloca-se outra questão: a melhor posição para um terminal deste tipo será a Trafaria ou a Cova do Vapor?", questiona.
Carlos Matias Ramos relembra que até ao início da década de 40 do século passado existia um cordão dunar ininterrupto entre a Costa da Caparica e o Bugio (Golada), que limitava os efeitos nefastos das correntes marítimas Sul/Norte e poderia ter impedido o desassoreamento das praias da região. E calcula que a solução de depositar areia junto às praias da Caparica, a que se opôs desde o início, já custou aos cofres públicos cerca de 36 milhões de euros, sem qualquer resultado prático.
"É necessário arranjar soluções que desviem a velocidade das correntes Sul/Norte na Costa da Caparica, que têm grandes implicações no período de enchentes. Quando o projecto do terminal de contentores da Trafaria foi anunciado pelo Governo, foi imposto que se excluísse qualquer intervenção no Bugio e no fecho da Golada", defende o bastonário.
Para Carlos Matias Ramos, "para um projecto deste tipo, deve ter-se uma visão fisiográfica de toda a zona. Não se devem impor à partida restrições a visões integradas e dizer que não se pode fazer o fecho da Golada. Estude-se, analise-se e veja-se quais são os efeitos".
O bastonário da OE coloca ainda outras dúvidas sobre este projecto, ao nível da solução dos acessos ferroviários e do sobrecusto pelo facto de 80% das mercadorias chegadas ao porto de Lisboa se situarem na margem Norte, quando o terminal da Trafaria vai levar os contentores mais para Sul, não se sabendo de que forma poderão regressar à capital.
"O Governo diz que o terminal será um investimento totalmente privado, mas isso custa-me a crer. Quem faz investimentos deste tipo, tem de estar agarrado a operadores ou então já há um operador que garante esse investimento. Se o valor, entre cerca de 600 e 800 milhões de euros, já foi anunciado com tanta minúcia, parece que já está consolidado um operador e parece que já existe uma avaliação que permite sustentar esse valor", conclui Carlos Matias Ramos.
Fonte: economico.sapo.pt- Veja o artigo aqui
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